Um estudo nunca antes realizado no lago de Ibirapitanga traz resultados importantes para o manejo da qualidade da água e da ictiofauna (conjunto de peixes) do nosso reservatório.

O relatório produzido pelo instituto da pesca, com coletas realizadas no período de 6 a 8 de maio de 2019, mostrou que a qualidade da água e a diversidade de peixes no lago da Reserva Ibirapitanga estão íntegras, o que indica uma boa condição ecológica do lago do residencial.

Os parâmetros analisados na qualidade da água, como, por exemplo, oxigênio dissolvido, estiveram dentro dos limites estabelecidos para os corpos de água classe 1, que são aqueles destinados à proteção das comunidades aquáticas, ao abastecimento para consumo humano após tratamento simplificado, entre outros (resolução CONAMA 357/2005).

Em relação aos peixes, foram coletados no Reservatório Ibirapitanga 8 espécies, das quais 7 são espécies nativas e 1 é exótica, representada pela Tilapia rendalli. A comunidade de peixes do lago está equilibrada, sem dominância de uma única, ou poucas espécies, o que leva a uma alta diversidade e um bom equilíbrio numérico entre as espécies.

O relatório chama atenção para a espécie nativa Pirapitinga do Sul, por ser uma espécie ameaçada de extinção no Estado de São Paulo e considerada vulnerável (VU) no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção de 2018. Como um peixe altamente dependente do bom estado de conservação dos rios em que vive, as principais ameaças a Pirapitinga do Sul são aquelas relacionadas à perda ou descaracterização dos ambientes ripários, tais como destruição de matas ciliares, assoreamento, poluição e barramento de rios.

Outra espécie em destaque é a Tilápia rendalli, por ser uma espécie exótica, originalmente do continente africano, e ter um alto potencial invasor. Porém no reservatório da RPPN as populações de tilápia podem estar sendo controladas pela presença de um predador voraz, a Saicanga.

Desta forma, o lago da Reserva Ibirapitanga apresenta boas condições para a sobrevivência e o bem estar da ictiofauna. O relatório também destaca a importância de se realizar um monitoramento constante tanto da qualidade da água quanto da comunidade de peixes com o objetivo de detectar possíveis alterações na água que levem à perda de qualidade, a eutrofização ou a mortandade de peixes.

Um estudo semelhante será realizado no Rio Pilões com o objetivo de realizar o levantamento das espécies de peixes e da qualidade da água desse rio.

Veja o relatório completo na área restrita do site (Documentos - Relatórios Técnicos)

Foto: Renato Tossato C. Barbosa